Meu filho tem sopro, e agora?
Ouvir que o filho tem um “sopro no coração” causa angústia e preocupação em pais e responsáveis. Mas, trata-se de um sinal clínico que não constitui um diagnóstico de doença e não significa que o paciente tem ou terá necessariamente um problema cardíaco no futuro. Em geral, não há motivos para grandes preocupações, mas é sempre fundamental a avaliação com o cardiopediatra para uma investigação mais precisa e também para que seja determinada a causa do sopro.
Sopro no coração quer dizer que o médico, durante o exame físico cardiovascular da criança, identificou um ruído produzido pela passagem do fluxo de sangue através das estruturas do coração. O sopro pode ser considerado inocente, quando é funcional ou fisiológico, ou quando é atribuído à alguma alteração estrutural, chamado de sopro patológico.
Durante a própria ausculta cardíaca, já é possível identificar algumas características que sugerem se o sopro é inocente ou patológico. Para continuar a investigação e confirmar o tipo, o paciente deve fazer um ecocardiograma, exame complementar que avalia a estrutura e a função do coração.
O tipo mais comum de sopro é o inocente, presente em algum momento da vida de até 70% das crianças saudáveis. É muito comum que ele seja percebido na idade escolar e, não causa sintomas, não altera o desenvolvimento neuropsicomotor, não limita a prática de atividade física e desaparece espontaneamente conforme a criança se desenvolve. Nesses casos, a criança pode e deve levar uma vida completamente normal, fazendo apenas o acompanhamento regular com um cardiopediatra.
Já nos casos de sopro patológico, que podem ser congênitos ou adquiridos, as causas podem ser variadas, a depender da faixa etária.
De toda forma, não é preciso se apavorar diante da informação de que a criança tem um sopro. Ele pode ser inocente e representar uma condição fisiológica comum da infância. O importante é sempre avaliar a situação com o cardiopediatra e manter os exames e consultas sempre em dia.