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Cardiopatia congênita : o que é?

O coração é um órgão muscular responsável por bombear o sangue para os demais órgãos do corpo. A sua formação ocorre ainda no período inicial da gestação, com primeiro batimento cardíaco acontecendo por volta da 4a semana. Cardiopatia congênita é um termo geral utilizado para referir-se às doenças da estrutura do coração e dos seus grandes vasos. Existem, portanto, diversos tipos de cardiopatia congênita. A sua incidência na população geral é estimada em 8 a 12 para cada 1000 bebês nascidos vivos.

Na maioria das vezes as cardiopatias congênitas ocorrem de maneira isolada e não é possível estabelecer uma causa bem definida, permanecendo um grande desafio entender o porquê dessas mal formações cardíacas. No entanto, existem algumas condições que aumentam o risco de ter um bebê com cardiopatia. Entre elas estão alguns fatores maternos como diabetes mellitus, doenças reumatológicas (ex.: Lupus), uso de reprodução assistida, fatores ambientais como exposição a infecções virais (ex.: rubéola), uso de medicações como lítio, ácido retinóico, varfarina, entre outros. Bebês com histórico familiar (principalmente se pais ou irmãos com cardiopatia congênita) também estão mais predispostos à doença. Algumas síndromes genéticas, a exemplo da Síndrome de Down, apresentam uma maior associação com defeitos cardíacos congênitos. O ecocardiograma fetal é uma ferramenta importante para diagnóstico, sendo indicado principalmente entre 18 e 22 semanas, permitindo a avaliação do coração fetal e aconselhamento da família.

Existem muitos tipos de cardiopatias congênitas, por isso as manifestações são variadas. Algumas vezes os sintomas podem aparecer logo após o nascimento. Outras vezes, podem ocorrer apenas tardiamente durante a infância ou, até mesmo, na fase adulta. Pode ocorrer falta de ar, cianose (coloração azulada na região dos lábios ou nas pontas dos dedos), dificuldade de ganho de peso, arritmias. A ausculta de sopro cardíaco durante o exame clinico muitas vezes chama atenção para a suspeita de cardiopatia.

Após uma suspeita de cardiopatia congênita é indicado que paciente procure um especialista para avaliação. O diagnóstico deve ser realizado por meios clínicos e métodos de imagem, entre eles o ecocardiograma. O médico cardiologista pediátrico é o profissional que faz o acompanhamento dos casos de cardiopatia congênita, podendo orientar a melhor escolha terapêutica direcionada para cada paciente.

 

Autor: Dra. Lidiane Ribeiro - Cardiologista Pediátrica CRM: 23.929 RQE Nº 14748





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