Alimentação do paciente portador de cardiopatia: O que o pediatra precisa saber?
A avaliação do status nutricional é de extrema importância nos pacientes portadores de cardiopatias congênitas pois sabemos que nestes ocorrem alterações como edema de parede intestinal, redução da capacidade gástrica e baixa perfusão do sistema gastintestinal que levam à redução da capacidade de absorção, decorrendo em desnutrição.
Manter o equilíbrio entre a oferta adequada e a demanda metabólica requerida pela patologia cardíaca é fundamental pois o balanço nutricional adequado é necessário para uma boa evolução do tratamento, recuperação rápida, melhor cicatrização, maior resposta aos medicamentos, crescimento e ganho de peso necessários, menores chances de internação e mais disposição e com isso, melhor qualidade de vida.
ALIMENTAÇÃO ADEQUADA:
*Evolução do tratamento;
*Recuperação rápida;
*Melhor cicatrização;
*Maior resposta aos medicamentos;
*Crescimento e ganho de peso;
*Menores chances de internação e mais disposição;
*Melhor qualidade de vida.
ALGUMAS ORIENTAÇÕES GERAIS:
*Não há uma restrição alimentar específica para crianças cardiopatas suspensão de sal, gorduras;
*Evitar excesso de líquidos e alimentos ricos em vitamina K.
RECOMENDAÇÕES:
*120 Kcal/kg de peso a 160 Kcal/kg de peso
*Proteínas: 10% a 15% do valor calórico total (VCT) (4 g/kg de peso para lactentes e 3 g/kg de peso para crianças)
*Carboidratos- 35% a 60% do VCT
*Lipídios- 35% a 50 % do VCT
*Sódio- 2 mEq/kg/dia a 3 mEq/kg/dia ou 46 mg/kg/dia a 69 mg/kg/dia
*Potássio- 2 mEq/kg/dia a 3 mEq/kg/dia ou 78 mg/kg/dia a 117 mg/kg/dia.
*Cálcio- 210 mg/dia para crianças de 0 a 6 meses, de 270 mg/dia para crianças de 7 a 12 meses, e de 500 mg/dia para crianças de 1 a 3 anos
*Ferro- 6 mg/dia para crianças de 0 a 6 meses e 10 mg/dia para crianças de 7 meses a 3 anos
*Vitamina A- 375 μg/dia para crianças de 0 a 12 meses e 400 μg/dia para crianças de 1 a 3 anos
*Vitamina C- 30 mg/dia para crianças de 0 a 6 meses, 35 mg/dia para crianças de 7 a 12 meses, e 40 mg/dia para crianças de 1 a 3 anos.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA:
*Prejudica produção e a utilização de energia→ desarranjo metabólico e disfunção de tecidos e órgãos;
*Ingestão alimentar deficiente X hipermetabolismo hipóxia celular e redução da absorção intestinal de nutrientes
fatores genéticos – crianças com síndrome de Down tem curvas de crescimento diferentes em relação à população normal;
*Desnutrição associa-se ao pior prognóstico no período pós-operatório de cirurgia cardíaca, (maior necessidade de ventilação mecânica, maior tempo de infusão de drogas inotrópicas e vasoativas e de internação hospitalar);
*A obesidade vem crescendo como fator de risco potencial para evolução desfavorável em longo prazo de pacientes com cardiopatia congênita. Devido à alimentação inadequada e à restrição da atividade física, algumas crianças cardiopatas tem maior risco de desenvolver obesidade.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO LACTANTE:
*Equilibrar taxa hídrica de acordo com uso de diuréticos;
*Fórmulas infantis:
**Elementar;
**Oligomérica;
**Polimérica.